Ele não terá sido demagogicamente simpático, nem aquilo que costuma chamar-se "uma pessoa fácil".
Bem ao invés – felizmente: o que nele mais sobressaía era o rigor, e a exigência, para com os outros, mas muito mais ainda para consigo próprio.
E foi isso mesmo que lhe trouxe o respeito da generalidade dos colegas - coisa de peso, e de muito considerar, em quem era, afinal, tão jovem.
Testemunhei, aliás, em respeito — e é esse testemunho que aqui quero registar — no dia em que nos propusemos, como protesto contra o seu assassinato, não dar a aula de Direito da Família prevista no horário. Tinham-se apresentado à aula alguns aluno, vários deles com perspectivas políticas, e sociais, bem diversas das de Ribeiro Santos. Contudo, explicada a razão da iniciativa tomada, logo todos concordaram, só ao saberem que se tratava de um gesto de homenagem ao colega Ribeiro Santos, cuja morte desconheciam.
Reorganização da Direção-Geral de Segurança (a PIDE mudou de nome para DGS)