O agente da PIDE/DGS que assassinou Ribeiro Santos utilizou uma pistola semi-automática Walther, modelo PP, de calibre 7,65 mm (ver imagem).
Registe-se que essa arma só seria entregue, "para fins ulteriores de instrução" do processo mandado organizar pela própria polícia, a 20 de outubro, passados oito dias sobre o crime. E sem qualquer referência à existência, ou não, de um coldre de suporte da arma.
Na mesma data, a PIDE/DGS remete ao Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária a referida arma, acompanhada do respetivo carregador, que continha 7 cartuchos intactos (o carregador tem capacuidade para 8 munições) e, bem assim, um projectil encontrado no cadáver de Ribeiro Santos, solicitando, designadamente, que aquela entidade apure se o referido projectil foi disparado por aquela arma e se "apresenta vestígios de ricochete ou desvios da sua trajecória".
O Laboratório de Polícia Científica remeteu à PIDE/DGS, em 07-11-1972, o respetivo relatório que conclui que o projétil "não apresenta qualquer deformação" (originada por recochete) e que "o tipo de estriado" se identifica com o apresentado por armas do tipo daquela, considerando, "com um grau de probabilidade próxima da certeza" que terá sido disparado pela pistola examinada.