Alexandrino de Sousa, jovem estudante da Faculdade de Direito de Lisboa, militante da Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas (FEML) e diretor do seu órgão central Guarda Vermelha, morreu no dia 9 de outubro de 1975 afogado no rio Tejo, junto ao Cais das Colunas, para onde foi atirado por militantes da UDP, depois de agredido, quando colava cartazes convocando um comício que assinalava o 3º aniversário do assassinato de Ribeiro Santos.
Sob a ditadura salazarista/marcelista, Alexandrino de Sousa foi espancado pelos gorilas na Faculdade de Direito, tendo também sido preso pela PIDE/DGS, onde foi torturado, sem nunca quebrar.
A sua energia e dedicação à causa revolucionária granjearam-lhe um forte apoio e amizade junto dos jovens, o que ficou patente na grande manifestação popular de pesar e revolta que constituiu o seu funeral.
O nome de Alexandrino de Sousa passou a ficar indelevelmente associado ao de Ribeiro Santos no abraço a uma mesma causa, pela qual sacrificaram a própria vida em momentos diferentes da luta política em Portugal.
Como sublinhou Arnaldo Matos, "Espancado pelos gorilas-marcelistas, torturado pela PIDE, procurado pela nova-PIDE, assassinado pela UDP. A luta foi dura, mas nunca vergou."
_____________________________________
No período antes da ordem do dia da Assembleia Constituinte de 11-10-1975, o deputado Costa Andrade (PPD) apresentou um voto de pesar pela morte de Alexandrino de Sousa (ver anexo 1), sendo por diversas vezes vaiado o representante da UDP, que tentaria "justificar" o crime.
No mesmo dia, o "Diário de Lisboa" publicou uma breve notícia do funeral (ver anexo 2), destacando adiante as posições assumidas pelo PS e pela UDP.
A RTP, por seu lado, apresenta no seu arquivo excerto de imagens do respetivo funeral (ver anexo 3), sem locução, com música em fundo e referência aos “eme erres” que foram atirados ao rio Tejo...
