A edição das "Novas Cartas Portuguesas", da autoria de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, provoca a fúria do regime, que considera essa obra de "conteúdo insanavelmente pornográfico e atentatório da moral pública".
A máquina repressiva lançada contra as três autoras não impediu que o livro fosse imediatamente traduzido na Europa e nos Estados Unidos da América, encontrando-se, ainda hoje, entre as obras portuguesas mais traduzidas em todo o mundo.
A apreensão do livro e o processo instaurado provocou uma onda nacional e internacional de apoio, tendo os protestos e as manifestações em prol da causa das “Três Marias”, atingido larga cobertura do julgamento pelos meios de comunicação internacionais e também das manifestações junto a várias embaixadas de Portugal no estrangeiro, além do apoio público de autores como Simone de Beauvoir, Marguerite Duras, Doris Lessing, Iris Murdoch ou Stephen Spender.
Importa sublinhar que as autoras recusaram-se perante a PIDE/DGS a identificar a autoria de cada um dos textos incluídos na obra, o que impediu a sua incriminação pessoalizada.