Nas declarações que prestou na sede da PIDE/DGS um mês após o assassinato de Ribeiro Santos, o Presidente da Associação de Estudantes do ISCEF informou que falou telefonicamente com o diretor do ISCEF, que lhe disse: "em face da impossibilidade de se deslocar ao Instituto, que na sua ausência, a autoridade administrativa que o representava a ele Director era o Secretário Senhor Calçada Estrela" – e assim, o presidente da Associação, acompanhado do seu vice-presidente e de outra pessoa que não identifica, acompanhou os contactos com a DGS e a deslocação dos seus agentes ao anfiteatro.
Face à situação ali criada pela presença de funcionários da PIDE/DGS e os protestos das centenas de estudantes presentes no Meeting, "procurou sair [do anfiteatro] pela porta do lado direito, sendo levado na avalancha que para ali se encaminhava, não podendo precisar o local onde se encontrava, se dentro ou fora do anfiteatro quando ouviu o primeiro tiro (...) julga ter ouvido dois tiros, não tendo ideia nem se recordando de ter ouvido mais disparos. Esclarece que em seguida saiu do Instituto, desorientado, acompanhado por umas "moças" das quais diz ignorar os nomes e com elas seguiu para uma pastelaria próxima do Instituto, seguindo depois para a sua residência. Que, só mais tarde em sua casa [morava no Bairro do Rego] teve conhecimento através dum seu amigo do qual não deseja revelar o nome, que teria havido dois feridos e no dia seguinte no Instituto teve conhecimento que um deles tinha morrido. Deixou depois de frequentar o Instituto em virtude de ter adoecido."
Viria a ir para Paris em dezembro de 1972.
Reorganização da Direção-Geral de Segurança (a PIDE mudou de nome para DGS)