O Infantário Popular Ribeiro Santos pretende contribuir para que as crianças desenvolvam a confiança em si próprias e no mundo; o gosto pelo saber e pelo rigor das experiências e que lhes permita crescer com a convicção de que quando se encontram dificuldades só há uma coisa a fazer: vencê-las (Projecto Pedagógico do Infantário Popular Ribeiro Santos, 1997)
Face à ausência de creches e infantários que garantissem a assistência e a educação das crianças de famílias trabalhadoras, especialmente nas freguesias de São José, Pena, Anjos e Coração de Jesus (em Lisboa), moradores, apoiados pelo MRPP, ocuparam o Palacete do Torel, que se encontrava devoluto há mais de 9 anos e muito degradado.
Quando foi necessário escolher o nome para um infantário popular, naturalmente surgiu o de Ribeiro dos Santos, numa homenagem à sua “luta em defesa dos interesses do povo” .
Graças à colaboração voluntária de muitos (eletricistas, pintores, estucadores, carpinteiros, artistas plásticos, entre outros), foi possível restaurar e melhorar o edifício. E em abril de 1975, o Infantário Popular Ribeiro Santos iniciou a sua atividade com 23 crianças.
A despeito de numerosas tentativas de regularização da ocupação, o proprietário do edifício, Manuel Cordo Boullosa, acabou por conseguir o despejo do edifício através de um estratagema de doação a uma associação designada “Xuventude de Galicia”. E, na madrugada do dia 9 de maio de 1984, o Infantário foi “cercado, assaltado e despejado pela polícia e assim privado, pela força, das instalações que vinha utilizando.”
Apesar dessa situação, 5 meses depois do despejo do Palacete do Torel, o Infantário Popular Ribeiro Santos deu continuidade ao seu trabalho em novas instalações, na Avenida Almirante Reis, n.º 70.