No dia 14 de outubro de 1972, dia do funeral de Ribeiro Santos, a PSP envia à PIDE/DGS "uma pedra da calçada que foi encontrada nas algibeiras do primeiro capturado."
Essa "prenda" está, na verdade, associada à "apresentação" à PIDE/DGS de 9 detidos (ver anexo), acusados de "fazerem parte de um grupo de cerca de vinte jovens, armadas de pedras, manifestando-se ruidosamente contra as autoridades do governo e a polícia".
Este auto de notícia da PSP é bem elucidativo do desespero governamental e policial perante a revolta popular contra o assassinato de Ribeiro Santos, quando refere expressamente os "actos de subversão praticados nos últimos dias nesta cidade" e quando tenta inculpar os "capturados" em diversos actos, embora dizendo que os mesmos não foram "identificados noutros locais onde foram praticados danos em várias montras" e, ainda, quando lançam a suspeita de terem agredido à pedrada um polícia, sem qualquer elemento de prova.