Na manhã de 3 de agosto de 1968, Salazar, instalado no Forte de Santo António da Barra, no Estoril, de que dispunha em férias, desceu dos aposentos para o terraço., onde o aguardava o seu calista Augusto Hilário. Pegando no jornal que este trazia, dirigiu-se para uma cadeira de lona e caíu desamparado, batendo com a nuca nas lajes do Forte.
A governanta Maria de Jesus e o calista Hilário acorreram apressadamente para o levantar: atordoado, queixando-se de dores no corpo, mas pediu segredo sobre a queda e recusou que chamassem os médicos. Só três dias depois é que o seu médico, Eduardo Coelho, é informado do acidente, enquanto Salazar prosseguia as suas rotinas, aparentemente sem se aperceber do seu real estado de saúde.
Entretanto, assistiu-se ainda a uma remodelação governamental que envolveu, designadamente, as pastas do Interior, Finanças, Educação, Exército, Marinha e Saúde, cujos membros tomaram posse a 19 de agosto, reunindo-se o Conselho de Ministros no dia 3 de setembro (Franco Nogueira diria que já notara que o chefe não ocultara um estado mórbido...)
O estado de saúde do ditador agrava-se e, na noite de 6 de setembro, seguiu para o hospital, sendo operado no dia seguinte: "O sr. Presidente de Conselho foi operado esta noite de um hematoma, sob anestesia local, encontrando-se bem".