O desespero perante a inexorável derrota militar e política das forças armadas portuguesas na Guiné-Bissau levou ao lançamento de uma operação designada "Mar Verde", expressamente aprovada por Marcelo Caetano "na condição de que fosse feita de maneira a ninguém se aperceber de que Portugal estava envolvido no golpe".
Em estreita colaboração com os serviços secretos franceses e da República Federal da Alemanha, as FFAA e a PIDE/DGS preparam, sob a direção de Alpoim Calvão, comandante do Destacamento de Fuzileiros Especiais n.º 8, a invasão da República da Guiné.
Os principais objetivos da operação de ataque a Conacri eram os seguintes:
* Depor o Presidente da República, Ahmed Sékou Touré
* Destruir os caças MIG que estariam estacionados em Conacri.
- Destruir as lanchas no porto
* Auxiliar a tomada do poder pelo "Front de Libération Nationale Guinéen" (FLNG)
* Atacar e destruir o quartel-general do PAIGC e capturar/liquidar Amílcar Cabral
* Libertar os prisioneiros de guerra portugueses
Para o efeito, foram recrutados e treinado centenas de mercenários (atribuídos à tal FLNG), compradas armas de fabrico russo e de outos países de Leste e fabricados nas Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento, em Lisboa, lotes especiais de fardas, chapéus e botas. E as instruções indicavm que "os militares portugueses de raça branca tomariam parte na operação com o corpo pintado de forma a parecerem negros".
As operações militares decorreram no dia 22 de novembro de 1970, mas muita coisa correu mal e, designadamente, não encontraram Sékou Touré, os aviões MIG tinham voado para outra base aérea, o PAIGC ofereceu enorme resistência, impedindo a progressão dos atacantes e não puderam matar ou raptar Amílcar Cabral. Ainda assim, destruiram algumas lanchas no porto e libertaram os prisioneiros. Quanto aos mercenários (FLNG), foram, na sua maioria capturados e mortos ou renderam-se.
O colonialismo português foi formalmente acusado e expostas, com grande pormenor, as provas desse ataque à República da Guiné, reforçando, afinal, a posiçaõ política do PAIGC.