Assinado por um Grupo de Apoio à Livrelco e com data de "nove meses após o assassinato pela pide com a colaboração de agentes reformistas" de Ribeiro Santos, este comunicado sublinha a importância de "sermos dignos da sua coragem e firmeza" e "aprendermos com o seu exemplo de não vacilação perante a repressão" e, em simultâneo, defende "o movimento cooperativo consequente".
Na verdade, a Livrelco (Cooperativa Livreira de Universitários, SCRL), após buscas e prisões pela PIDE/DGS na sua sede, havia sido encerrada entretanto, juntamente com outras cooperativas culturais, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 520/71, de 24 de novembro, e de um despacho do ministro do Interior - que qualificaram essas cooperativas como associações, determinando a submissão dos "respetivos estatutos à aprovação da autoridade competente" e impedindo a sua ação enquanto não ocorresse essa (eventual) aprovação.
ver informação mais detalhada sobre a Livrelco
Também neste campo, se travou dura luta entre as orientações seguidas pelas cooperativas encerradas, defendendo processos de resistência diferenciados à prepotência governamental, com predominância de soluções reformistas - a que a Livrelco se opunha.
Significativamente, o verso deste comunicado do Grupo de Apoio à Livrelco reproduz o texto "Servir o Povo", de Mao Tsé-tung, anteriormente citado pelo MRPP em homenagem a Ribeiro Santos.