Joaquim Mestre

Fui encarregado pela família de acompanhar este processo. Este, após uma espécie de "instrução" levada a efeito na própria polícia política, então rebaptizada D.G.S., fora remetido, como a lei de então prescrevia, para o Tribunal Militar.
As circunstâncias em que se verificou o homicídio, que então, pela sua crueza, indignou a consciência moral da sociedade portuguesa, não chegaram a ser completamente esclarecidas até porque o processo crime contra o agente não chegou a julgamento.
(...)
O processo do homicídio foi instruído com manifesto intuito de protecção do agente, como seria de esperar da sua própria Corporação.
(...)
No Tribunal Militar a família de Ribeiro Santos constituiu-se assistente, o agente nomeou seu defensor o Dr. Pedro Cabrita e o juiz Vassanta Tambá levou a cabo a instrução, terminando-a, como era de esperar, por seguir a versão dos acontecimentos apresentada pela polícia reconhecendo a legítima defesa como justificação do homicídio. O general Comandante concordou, naturalmente, com esta solução a mandou arquivar os autos em Outubro de 1973.


 

destaques

Direcção-Geral de Segurança
Reorganização da Direção-Geral de Segurança (a PIDE mudou de nome para DGS)
Remodelação governamental
Remodelação do governo de Caetano: entra Cotta Dias para as pastas da Economia e das Finanças, substituindo Dias Rosas.
O "clima de paixão" visto pelo IST
O Conselho Escolar do IST aprovou um documento "para evitar que o "clima de paixão" induzido pelo incidente ocorrido no ISCEF no passado dis 12 possa perturbar brusca e irreversivelmente as condições normais de funcionamento que se estão verificando no IST"