Documentos

O assassinato de José António Ribeiro Santos, em 12 de outubro de 1972, está documentado na imprensa e em panfletos clandestinos e, mais tarde, através de numerosas referências vindas a lume após 25 de abril de 1974. Pretende-se aqui dar a conhecer muitos desses documentos e acontecimentos, agregando informação que ajude a entender e contextualizar quem foi e o que representa hoje Ribeiro Santos.
Quem possua novos documentos e informações que possam ser úteis, basta enviar mensagem para o contacto que figura em rodapé de cada página.

Artigos

Desfile do 25 de abril de 2022
Faixa "Ribeiro Santos não esqueceremos!" no desfile do 25 de abril de 2022, em Lisboa.
Ribeiro Santos e Alexandrino de Sousa
Alexandrino de Sousa, militante da FEML e diretor do "Guarda Vermelha", morreu a 9 de outubro de 1975 afogado no rio Tejo, para onde foi atirado por elementos da UDP, quando colava cartazes para o comício do 3º aniversário do assassinato de Ribeiro Santos.
Infantário Popular Ribeiro Santos
O Infantário Popular Ribeiro Santos iniciou a sua actividade em abril de 1975.
Revisão de processo
De como o processo organizado pela polícia política e transitado para tribunal militar, onde seria arquivado, esteve, e não esteve, para ser revisto na Comissão de Extinção da PIDE/DGS e LP. Uma revisão que, afinal, nunca existiu.
Auto de corpo de delito
Em 18 de outubro de 1972, a Polícia Judiciária remeteu à Direção-Geral de Segurança uma "Ocorrência" respeitante à morte de José António Leitão Ribeiro Santos, o relatório da respetiva autópsia e uma embalagem com um projéctil encontrado no seu cadáver. Na mesma data, Silva Pais, diretor-geral de Segurança, mandou abrir um auto de corpo de delito

nesse tempo

"Informação" PIDE/DGS
Um agente da PIDE/DGS assina uma "informação" visando Ribeiro Santos e José Lamego, após o assassinato do primeiro e o ferimento do segundo, ambos às mãos da polícia política.
Coincidências
A 13-01-1973, a PIDE/DGS enviou para o Governador Militar de Lisboa o processo sobre o assassinato de Ribeiro Santos. E, no mesmo dia, o governo demitiu 12 funcionários públicos acusados de participarem na Vigília pela Paz na Capela do Rato.
Amílcar Cabral assassinado em Conacri
Amílcar Cabral, Secretário-geral do PAIGC, foi assassinado em Conacri, República da Guiné.
Garantia administrativa
Pedro Cabrita, o advogado do pide que matou Ribeiro Santos, vem ao processo do TMT, suscitar a questão da "garantia administrativa".
Mensagem à FEML
O Luta Popular clandestino n.º 9, de janeiro/fevereiro de 1973 publicou uma mensagem do Comité Lenine à FEML a propósito do assassinato de Ribeiro Santos.
Notificação
Em 17 de abril de 1973, o pai de Ribeiro Santos, Dr. Vasco Artur Ribeiro dos Santos, foi notificado pelo 2.º Tribunal Militar Territorial de Lisboa em termos bem elucidativos.
Apoiemos os estudantes presos!
Comunicado "Apoiemos activamente os estudantes presos! Divulguemos os crimes da burguesia colonial-fascista", subscrito pelo movimento "Ousar Lutar Ousar Vencer".
Testemunhas
Apesar da dificuldade em aceder ao conhecimento do processo, o advogado Joaquim Mestre indica 11 nomes de pessoas que "testemunharam os factos de que foi vítima o filho do requerente".

Temas

Fotografias do dia seguinte
A 13 de outubro de 1972, foi colocado no exterior do anfiteatro do ISCEF onde foi assassinado Ribeiro Santos um grande cartaz denunciando os torcionários da PIDE/DGS por mais este crime da polícia política.
Comunicado da FEML
No dia seguinte ao assassinato de Ribeiro Santos, a Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas (FEML), em que militava, editou um comunicado com o título "Viva o Heróico Camarada Ribeiro Santos..."
Manifestações e boicote aos exames
A 13-10-1972, a Cidade Universitária esteve ocupada pela polícia de choque, que tentou, sem êxito, impedir as manifestações que ali se verificaram contra o assassinato, no dia anterior, de Ribeiro Santos.
À População!
Por todo o lado, foram lançadas tarjetas informando a população sobre quem era Ribeiro Santos e como fora assassinado pela PIDE/DGS.
Nota oficiosa do ministério do Interior.
O ministro do Interior, Gonçalves Rapazote, mandou incluir nos jornais de 14 de outubro de 1972 um “comunicado” que é um chorrilho de mentiras e de ameaças.
Fotografias inéditas do funeral
Estas fotografias, da autoria de Zacarias Duarte Ferreira, desconhecidas até hoje, foram doadas ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo para que figurassem na exposição «Nos 50 anos do assassinato de José António Ribeiro Santos», que estará patente no Edifício do Arquivo Nacional da Torre do Tombo de 7 de Outubro de 2022 a 10 de janeiro 2023.